“Conexão é uma das coisas mais valiosas. Nós estamos
neuro-biologicamente, fisicamente, espiritualmente e mentalmente
programados para estarmos em conexão um com o outro”
Brené Brown
Esse é um convite de boas-vindas para potencializar conexão e iniciarmos uma conversa:
Por que há décadas, mesmo com todas as evidências científicas, com tecnologias disponíveis, com políticas públicas e vários tratados e acordos locais, regionais e globais assinados, ainda não vemos ações efetivas na escala e profundidade necessárias para lidar com a emergência climática ou para eliminar de vez os riscos de um possível confronto nuclear, para indicar apenas dois dos inúmeros sintomas da grave crise planetária que vivemos?
Quando leio sobre os programas de combate ao aquecimento global, de guerra à pobreza, de luta contra a desigualdade social, eu me pergunto: onde estão os inimigos?
Os seres humanos estão agindo da melhor forma e capacidade que podem?
“Claro que não. Estamos destruindo o planeta!” – minha voz interna afirma. Escuto pessoas em seguida vociferarem suas raivas contra representantes de indústrias como as de petróleo e gás. Outras culpam o consumismo, o liberalismo, taxado de selvagem.
Engulo a seco.
Os recursos financeiros para minha criação vieram, em grande parte, graças aos esforços de trabalho do meu pai que, incessantemente, se dedicou a aumentar as eficiências de plantas de óleo e gás, no Brasil e no exterior.
Seguindo seus passos, comecei minha carreira como pesquisadora na Petrobrás, no Rio de Janeiro, no mesmo ano da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento no Rio de Janeiro, a ECO-92. Em seguida, numa empresa do grupo Exxon e depois num grupo espanhol-brasileiro ligado ao refino de petróleo. Orgulhosa, comemorava resultados que proporcionavam melhor rentabilidade econômica às empresas, redução de impacto ambiental e melhoria de qualidade de trabalho a funcionários e à comunidade.
Os seres humanos são perversos e estão agindo por maldade?
Proporcionava resultados positivos mas de forma fragmentada. Na época simplesmente não enxergava que esse sistema é um dos principais contribuintes para emissão de gases de efeito estufa e impulsionador da crise climática. Agia da melhor forma e capacidade que podia. A consciência limitada que tinha no momento determinava minha ação.
Havia um elefante na sala. Só o enxerguei depois de um profundo processo de investigação interna e desenvolvimento pessoal. Essa investigação é sem fim e a cada momento, até hoje, encontro não um, mas vários elefantes em novas perspectivas.
Será que há algo que não estamos enxergando em relação a crise planetária?
O ser humano é programado a se conectar. No entanto, percebo que estamos deixando de incorporar justamente os elementos humano e cultural e suas subjetividades, crenças, valores, visão de mundo, consciência nos processos de mudança. Como seria a introdução e gerenciamento efetivo de processos de mudanças em larga escala numa estratégia onde fatores tecnológicos, econômicos, culturais e humanos estão sistematicamente interligados? Como seriam processos de mudança onde questões psicológicas, espirituais e culturais não fossem negligenciadas?
A contrário, com as “melhores” intenções, estamos desenvolvendo estratégias impondo nossos próprios valores e crenças imbuídos em “resolver” o problema. Mas, será que essa imposição é uma sutil violência de valores, que perpetua e aprofunda a polaridade e a gravidade dos problemas?
Será que deixamos de ter curiosidade por visões de mundo e valores distintos do eu e dos meus e buscamos desesperadamente maneiras para não lidar com nossas próprias incongruências para evitar ansiedade e conflitos?
Há um elefante na sala… E não há “inimigo” lá fora…
Como podemos honrar o ser humano e a diversidade de visões de mundo, a cultura que nós vivemos e os sistemas que construímos? E a partir daí, abrir espaço para que uma nova forma de ser como indivíduos, cultura e sistema emerja?
Explorar essa investigação está no cerne da criação deste espaço.
Esta plataforma é também uma maneira de potencializar esforços de trabalho com meus parceiros, além de ampliar escala e impacto da Techni, que acaba de completar 12 anos.
A Techni oferece consultoria de inovação em ações para sustentabilidade inclusiva e estrutura iniciativas de engajamento profundo no contexto de emergência climática e desenvolvimento humano. Apoiamos governos, organizações, comunidades e indivíduos a ampliar seus impactos, em integração com a natureza, promovendo prosperidade e evolução para todos no mundo.
O site é também um ponto de encontro de engajamento para um novo paradigma de desenvolvimento. Nos posts, compartilharemos, junto com parceiros, reflexões e inovações para práticas de sustentabilidade inclusiva. Um espaço para inspirar, colaborar e apoiar a co-criação deste novo caminho. Incluirá desde artigos com análises sobre a dimensão sistêmica e estudos de casos, até relatos pessoais sobre as dores e as delícias de adotar um estilo de vida sustentável que respeita os limites planetários e desenvolve relações mais conscientes e presentes na sociedade.
Tudo isso. Por que, não?
“Sim, por que, não?” Dos 30 dias de viagem à Índia que fiz em 2004, onde percorri sozinha 10 cidades, esse foi um dos meus aprendizados e lições. Ouvia a frase em diferentes contextos, em todas as cidades, quando indagava sobre possibilidade de fazer algo. Com minhas vozes internas repreensoras e limitadoras, contatar a energia criativa em mim, através das relações que desenvolvi, e deixa-la fluir, sem restrições, foi minha maior libertação.
Atualmente, libertação é estar vivendo minha vida pessoal, profissional e relacional como um único continuum, sem fronteiras ou barreiras. No site, estou explorando uso de fotos autorais como maneira de estender comunicação. Exercer meu trabalho com o mesmo prazer e paixão com que experimento passeios, atividades culturais, arte, relacionamentos, é algo que sempre sonhei e que achava distante ou algo impossível de ser realizado.
A palavra trabalho, na sua etimologia, vem do românico tripaliare, do latim tripalĭum no sentido de ‘instrumento de tortura’. Durante anos, em certa medida, foi assim a minha relação com trabalho. Trabalhava por 5 dias ou mais na semana buscando recursos financeiros para então desfrutar de momentos de prazer no final de semana ou férias, que aliás pouco tive. Afinal, o senso de obrigação, a imagem de ser boa carregadora de fardo, o senso de ser “a” funcionária ou executiva “indispensável” era a outra fonte de alimento insaciável desse ciclo vicioso, além do dinheiro.
Nas mídias sociais, a pergunta guia normalmente sugerida para os posts é “No que você está pensando?”.
Aqui, neste site, a única regra é interagir a partir da investigação:
- O que está em seu coração?
- Como gostaria de estar a serviço da celebração da diversidade da vida?
Com este propósito, celebro com você a criação desse espaço! Estamos juntos! Vamos?